O autor e diretor Silvio M. Kanda fala ao “Teatro em Taubaté” sobre seu mais novo espetáculo, que estreia durante a 11ª. Mostra de Teatro, e traz em seu enredo conflitos entre quem divide um mesmo teto, numa relação aparentemente sólida e feliz.
Por Aldy Coelho
Do que se trata o espetáculo?
Sem a pretensão de querer ser certo ou errado, “Cartas na Mesa”
coloca uma questão bastante polêmica para o público, para que ele
reflita e tire suas próprias conclusões. A história tem como
personagens Flávia e Cláudio, um casal que tem uma vida conjugal estável e
bem definida. Atormentada por um acontecimento inesperado,
Flávia mostra a Cláudio uma realidade que ele nunca imaginou, levando-o a
refletir sobre questões que poucos casais têm coragem de discutir: um
relacionamento extraconjugal e a possibilidade de se amar a duas pessoas
ao mesmo tempo. Daí ficam as questões: E se fosse com você? O que você
faria?
Quem são
os atores e quais personagens interpretam?
No elenco estão Eduardo Lourenço, ator, músico, folclorista e
contador de histórias, atuando a mais de 12 anos, e pela segunda vez com
a Cia Elipse, no papel de Cláudio; e Ciça Oliveira, atriz, arte educadora
e contadora de história, com mais de 30 anos de teatro e 20 peças em
seu currículo, no papel de Flávia.
Que é o autor e diretor do espetáculo?
O espetáculo foi escrito e dirigido por Silvio M. Kanda, o mesmo
diretor de “Não Matarás”, “As Aventuras de Juvenal, o Vassourinha Real” e de
“Eu, eu Mesma e o Flávio”.
Quando se passa a história contada?
A história se
passa nos dias atuais, pois a maneira como o assunto é discutido seria
incabível há alguns anos.
Como foi o processo de montagem e ensaios?
Apesar de a peça ter sido escrita num curtíssimo período de tempo,
sua montagem foi muito mais complicada do que o esperado. O maior problema
foi a própria formação do elenco. Embora sejam apenas dois atores,
devido às características dos personagens, não caberiam aos papéis atores jovens, além de ser fundamental a própria experiência de vida e de teatro de cada um.
devido às características dos personagens, não caberiam aos papéis atores jovens, além de ser fundamental a própria experiência de vida e de teatro de cada um.
Em verdade, esse espetáculo já deveria ter sido preparado
e apresentado há mais tempo, porém, a primeira atriz a ser convidada, após
alguns ensaios, por uma contingência pessoal, não pode dar prosseguimento ao
trabalho e a peça ficou na gaveta por mais de um ano. Agora, com Ciça
Oliveira, assumindo brilhantemente o papel, o espetáculo realmente
adquiriu vida.
A peça em si é muito vibrante e com muita energia, os ensaios exigem muito dos atores que a cada dia surpreendem por sua qualidade técnica e de interpretação.
Há alguma curiosidade com relação ao espetáculo ou ao grupo que o público poderia gostar de saber?
A peça em si é muito vibrante e com muita energia, os ensaios exigem muito dos atores que a cada dia surpreendem por sua qualidade técnica e de interpretação.
Há alguma curiosidade com relação ao espetáculo ou ao grupo que o público poderia gostar de saber?
O maior problema dos ensaios são os vizinhos. Há momentos na peça
onde os personagens literalmente “discutem”, numa batalha verbal que
eleva o tom da conversa. Foi preciso explicar a alguns vizinhos que se
tratava de um ensaio de uma peça teatral, pois, caso contrário, creio que
acreditariam tratar-se de uma discussão real. E isso chegou a acontecer.
Conversando com um deles, ele me disse que escutou a discussão acalorada
na vizinhança num dos dias de nossos ensaios, mas, para minha sorte,
pensou tratar-se de um culto
evangélico, de uma igreja em nosso quarteirão. Ele só estranhou porque não era dia de culto.
evangélico, de uma igreja em nosso quarteirão. Ele só estranhou porque não era dia de culto.
Em sua opinião, o que vai mais chamar a atenção do público?
A Companhia Elipse de Teatro foi criada em 2009 e seu nome faz
referência à figura geométrica homônima, devido ao fato de ter a
característica peculiar de possuir dois centros, ou, tecnicamente, dois
focos. Assim, sem deixar de dar o devido valor a todos aos elementos que
compõe um espetáculo, como iluminação, cenário, figurino e trilha sonora,
a Cia Elipse encara seus espetáculos sob dois focos principais: o ator e o
texto. Dessa forma, em nosso espetáculo, o que vai chamar a atenção será principalmente
esses dois elementos, sendo que os atores e suas interpretações sempre
virão à frente, pois um texto sem vida é apenas um papel no fundo de
uma gaveta.
A apresentação será dia 17 de setembro (Terça-feira)
às 20 horas – Local: Teatro Metrópole.
Recomendação etária: Acima de 16 anos.
Ingresso: R$ 10,00 (preço único, promocional e popular).
Ingresso: R$ 10,00 (preço único, promocional e popular).
* Foto: Divulgação/Setuc
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