Jefferson Machado, professor de teatro na escola de artes, também assina
o texto e a direção do drama épico “Kiss 242”, fala para o blog sobre a montagem que
aborda a tragédia na boate e propõe uma reflexão sobre o caso através da arte.
Por Aldy Coelho
Do que se trata o
espetáculo?
O espetáculo tem como tema a tragédia de Santa Maria na Boate Kiss, onde
242 jovens estudantes morreram com a fumaça do incêndio provocado por um dos
integrantes da Banda.
Quem são os atores
e quais personagens interpretam?
Os atores fazem parte do 2°ano de arte dramática da Escola Maestro Fêgo
Camargo e interpretam os estudantes de Santa Maria que passaram por aquela
tragédia. São oito alunos mais dois músicos.
Que é o autor e
diretor do espetáculo?
O espetáculo é baseado em depoimentos reais, os alunos entrevistaram
algumas pessoas que passaram pela tragédia através das redes sociais, fizeram
uma pesquisa rica em detalhes quanto ao acontecimento e com base nisso , eu,
Jefferson Machado montei uma estrutura dramática para que eles desenvolvessem o
trabalho teatral. A direção é minha e os alunos exercitam a técnica de Brecht:
o distanciamento. Assim sendo, ora são personagens, ora são os atores narrando
o acontecido. O trabalho mistura um pouco do Teatro de Brecht com o do nosso
ilustre Augusto Boal.
Quando se passa a
história contada?
Ela se passa em
2013, ano da tragédia.
Como foi o processo
de montagem e ensaios?
Foi um trabalho desenvolvido pelos alunos no 1°semestre e que agora dão
continuidade para uma pesquisa ainda maior e um treinamento que nunca acaba.
Nesse processo, eles já apresentaram fora da escola, na Faculdade de Pedagogia
e no EJA e ambas as apresentações foram um presente para o grupo que tiveram o
privilégio de apresentar para uma parente muito próxima de Boal e de um jovem
do sul (Porto Alegre) que perdeu quatro amigos na tragédia e veio conversar aos
prantos com o grupo depois da apresentação.
Há alguma
curiosidade com relação ao espetáculo ou ao grupo que o público poderia gostar
de saber?
O espetáculo leva o
público a reflexão sobre a tragédia, envolve, mas está a todo momento trazendo
a reflexão a tona. A sensação que temos é a de que as pessoas tomam durante o
espetáculo a noção do que realmente aconteceu sem a banalização da televisão.
Além de emocionar, alimenta o gigante adormecido em cada um de nós e chama
todos pra rua!
Em sua opinião, o
que vai mais chamar a atenção do público?
Acredito que a pesquisa feita por esses alunos, são informações,
detalhes que eles conseguiram nessa pesquisa. Fruto de conversas longas com
pessoas que viveram tudo aquilo.
A apresentação será dia
14 de setembro (Sábado-feira) às 20 horas - Recomendação etária: 16
anos. Local: Teatro Metrópole. Ingresso: R$ 10,00 (preço único,
promocional e popular)
*Foto:
Divulgação/Setuc
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