terça-feira, 24 de julho de 2012

10a. MOSTRA DE TEATRO TERMINA, MAS GERA O 1º. FESTIVAL DE TEATRO DE TAUBATÉ



Por Aldy Coelho
Após 16 dias de apresentações, com cerca de 19 grupos teatrais participantes, chega ao fim a 10ª. Mostra de Teatro de Taubaté. O encerramento foi feito após a apresentação de “A fita Encarnada”, do Grupo Mahamudra, no dia 22 de julho, no Teatro Metrópole.
Para o encerramento, estiveram presentes os integrantes dos grupos que se apresentaram dentro da programação, e receberam o certificado das mãos da Diretora de Cultura Duda Mattos, e do coordenador do Teatro Metrópole Wladimir Pereira.
A já anunciada novidade para esta edição, era a escolha dos três melhores espetáculos de categoria adulta para representar Taubaté no 1º. Festival de Teatro de Taubaté, que acontecerá de 15 a 26 de setembro deste ano, e será aberta para participação de grupos teatrais de todo o Brasil.
Os espetáculos foram analisados pelos profissionais João D’Olyveira – ator, dramaturgo, roteirista e professor da Universidade de Taubaté; e por Ademir Emboava – Ator e Professor de Interpretação da Escola Superior de Artes Célia Helena.
Representarão Taubaté os seguintes espetáculos – Calígula, do Grupo Teatral Club Silêncio; Me & Mr. Jones, Do Grupo Teatral Superato; Queijo e Goiabada, da Cia. Balakko Bacco. Como suplente, destas três, foi selecionado também o espetáculo Romycreisson e Julitéia, da Cia. Pokos e Lokos.
Em breve, estará disponível a listagem completa de todos os selecionados para o 1º. Festival de Teatro de Taubaté.
Fotos: Aldy Coelho

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segunda-feira, 23 de julho de 2012

ESPETÁCULO DE CULTURA POPULAR ENCERRA A 10ª. MOSTRA DE TEATRO


Por Aldy Coelho
O Grupo Mahamudra encerrou a 10ª. Mostra de Teatro de Taubaté, na noite do dia 22 de julho, apresentando ao público a peça teatral “A Fita Encarnada”.

O espetáculo traz muitos signos da cultura popular brasileira e principalmente do Vale do Paraíba, como as cantigas e danças populares ambientadas na Festa do Divino de São Luiz do Paraitinga.

A peça conta a história de Serafim, um nordestino que não pode mais sonhar, e desde então pede que seu amigo, o caipira João Cesário, lhe conte todos os dias com o que sonhou. Então, eles fazem um acordo e João Cesário lhe pede a fita encarnada que ele carrega no braço.

Geninha, a caipira de Minas Gerais e amor de Serafim, é quem conta a João Cesário a lenda da feiticeira dos sonhos, até ela aparece para os três. A partir daí começa uma disputa entre eles, cantada por repentes, desafios, músicas folclóricas e danças.

Mas em um último desafio proposto por João Cesário a Ansônia, ele lhe promete que, se ela acertar as três perguntas que ele fizer, serão dela todos os sonhos de Serafim. Porém, se ela errar, ela deverá devolver os sonhos dele. E como agradecimento, Severino deve lhe dar a fita encarnada, símbolo de sua devoção.

Ansônia acerta as duas perguntas, mas erra a última. Assim ela devolve os sonhos de Serafim.  No entanto, Geninha fica com pena de Ansônia, pois ela só rouba os sonhos dos outros porque ela própria não consegue dormir. Então Geninha pede ao Divino Espírito Santo que devolva a Ansônia o sono que ela perdeu.

Com seus sonhos de volta, Serafim dá a fita encarnada para Cesário e pede Geninha em casamento. João Cesário pode então cumprir a promessa que fez, e coloca na bandeira do Divino a fita encarnada. E quando todos estão prontos para sair para a procissão do Divino, Ansônia volta, desta vez modificada, e desperta a atenção de João Cesário, que a convida para ir à procissão com ele.

Um espetáculo repleto de tradições e lendas do folclore, que faz parte de nosso cotidiano caipira, mas que tem se perdido com o tempo. Por isso a ideia de se fazer um resgate da nossa cultura através das diversas manifestações populares, restabelecendo e valorizando hábitos, crenças e costumes do povo brasileiro.
Fotos: Aldy Coelho

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PERSONAGENS DO SÍTIO ENFRENTAM BANDIDOS DO VELHO-OESTE


Por Aldy Coelho
A turma do Sítio pode ir para qualquer lugar. Com o pó de pirlimpimpim, eles podem ir para a Grécia, para o fundo do mar, até para o velho-oeste. E de quebra, leva todo o público junto. Foi isso o que aconteceu na tarde deste domingo, dia 22 de julho, último dia da Mostra de Teatro de Taubaté.

O Grupo Integrarte do Parque Monteiro Lobato, levou para o palco a peça “Bang Bang: O Sítio no Velho Oeste”, onde Emília e Visconde até o Capoeirão dos Tucanos Vermelhos, em busca de Rabicó, que foge para o velho oeste para não se casar com a Emília. No caminho, eles encontram o lendário personagem caubói do cinema Tom Mix, escrito por Lobato.

Nesta busca, o trio encontra a cidade fantasma dominada pela Quadrilha Chupa-Ovo, formada por Lagartão Bill, Madame Lola Mc Leoa e Johnny Espinhento. São os dois últimos que encontram Rabicó perdido, e ao perceber que ele veio do Sítio do Pica-Pau Amarelo, informam o líder Lagartão Bill e começam a colocar o plano de vingança em prática.

A Quadrilha consegue prender Tom Mix, Rabicó, Emília e Visconde, com a justificativa de que as crianças do Sítio atrapalham o período de descanso dos lagartos e demais bichos do velho-oeste, que acontece sempre no mês de abril.

O que ninguém imaginava é que os personagens do Sítio seriam salvos justamente pelo besouro de estimação da Emília, que fica gigante ao ganhar de Madame Lola Mc Leoa uma pílula de crescimento, roubada pela quadrilha da maleta do Dr. Caramujo.

Lagartão Bill é comido pelo besouro gigante, e a quadrilha sem seu líder, resolve ficar ao lado de Tom Mix, tornando-se uma quadrilha do bem. Então com Rabicó e toda turma a salvo, eles retornam ao mundo encantado do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Isso, até a próxima aventura...
Fotos: Fábio Teberga
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domingo, 22 de julho de 2012

ESPETÁCULO INFANTIL LEVA CRIANÇAS E ADULTOS PARA UMA “VIAGEM NO TEMPO”


Por Aldy Coelho
Uma grande brincadeira. A sensação era de que todos estavam participando de uma brincadeira de quintal com os amigos. E não poderia ser diferente, pois o espaço externo do Centro Cultural Municipal foi o palco perfeito pra a apresentação da peça “A viagem no Tempo”, da Cia. Truões Produções Artísticas, que aconteceu na tarde deste sábado, dia 21 de julho.

Com os palhaços Psiu, Luz e Sacolinha - já conhecidos daqueles que assistiram “Psiu, tem luz na sacolinha” – este espetáculo traz novamente estes personagens agora em uma nova aventura, que durante sua apresentação fez com que as crianças participassem, cantassem e se divertissem. E os adultos que as acompanhavam também voltaram no tempo e se divertiram como se também fossem crianças.

Tudo começa dentro de um circo, quando Psiu encontra um amuleto mágico que tem o poder de fazer qualquer pessoa viajar no tempo. Com seu espírito aventureiro, convence Luz a fazer o primeiro experimento com Sacolinha. Depois de algumas trapalhadas entre eles, Sacolinha aceita ser a primeira a fazer uma viagem ao passado – ela quer retornar ao ano de 2007. Conforme seu pedido, eles retornam ao tempo em que os três amigos eram bebês, e Psiu lhes conta de forma engraçada a história do boitatá. Sacolinha fica com medo quando Luz aparece de fantasma para assustá-la.

Eles retornam ao presente, e é a vez de Psiu fazer sua viagem ao passado, nem tão passado assim. Ele quer voltar para 2011, e retornam quando eles eram adolescentes e, vestidos de forma cômica, ele e Sacolinha vão fazer uma pesquisa de folclore com uma Pagé que lhes conta a história da Sereia Iara, e Psiu fica apaixonado por aquela figura um tanto estranha, diferente das lendas contadas.

Quando chega a vez de Luz, ela quer ser diferente e, ao invés de ir ao passado, ela deseja ir para o ano de 2014. Assim, Luz e Sacolinha estão velhinhas assistindo a final da Copa do Mundo no Brasil. Mas nos momentos finais do jogo entre Brasil e Argentina, de tanta emoção elas desistem de assistir os jogos e vão contar histórias do passado. Então Sacolinha começa a contar a história da Cuca, e ela realmente aparece para assustar as duas.

Depois de tantas viagens e histórias, Luz resolve devolver o amuleto ao mágico do circo. Psiu e Sacolinha relutam para devolver, mas Luz, com a ajuda das crianças presentes, ensina que não se deve ficar com as coisas de outras pessoas sem o seu consentimento e assim todos prometem novas aventuras.

O espetáculo é recheado de músicas populares infantis e influências folclóricas, que se torna uma maneira divertida e descontraída de ensinar para crianças um pouco da cultura brasileira e do nosso folclore.
Fotos: Aldy Coelho

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MUSICAL ENCANTA CRIANÇAS E LEVA OS ADULTOS A UMA REFLEXÃO SOBRE A ATUALIDADE


Por Aldy Coelho
Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Um Galo regente que administra a floresta sob seus interesses. Porém, é covarde e faz tudo o que sua esposa manipuladora manda... Ops, estamos falando da peça de teatro “O Reino da Sabedoria”, do Grupo Ágora de Teatro, que se apresentou na noite de sexta-feira, dia 20 de julho, dentro da programação da 10ª. Mostra de Teatro de Taubaté.

Com um texto muito inteligente escrito por Marcellus Aguiar - baseado na obra literária Revolução dos Bichos de George Orwell – que foi dirigido por Renata Baptista, o Grupo inovou por levar ao Metrópole um verdadeiro musical, em que os atores foram preparados para cantar, dançar e interpretar.

Na história, o Galo junto com sua esposa Galinha, atuam como ditadores na floresta e mandam prender a Gata, uma agitadora que não aceita a forma como a floresta é comandada por eles. Na prisão, ela encontra o Papagaio, que também não concorda com o governo e ambos fogem para encontrar o bicho sábio da floresta – o Mestre Coruja – o qual julgam ser o detentor da sabedoria.

Ao se dar conta de que a Gata e o Papagaio haviam fugido, o Galo manda o Falcão, comandante de seu exército, ir para a floresta recapturar os fugitivos. Ao encontrá-los, o Falcão e a Gata lutam e ambos se ferem, mas o Falcão não consegue prendê-los, pois eles fogem. Enquanto os procura, ele encontra também o Guaxininja, que também não concorda com a maneira como a floresta é governada, e por Falcão - seu antigo companheiro de luta - ter se sucumbido ao poder oferecido pelo Galo ditador.

Quando finalmente o Papagaio e a Gata, ainda desacordada, encontram o Mestre Coruja, descobrem que ele não é o bicho sábio – não da maneira como eles imaginam. Assim, Papagaio, Guaxininja e Mestre Coruja ajudam a cuidar da Gata até que ela esteja boa e os aconselham a se posicionarem e lutar pelo bem da floresta e destituir o poder do Galo e da Galinha. O que eles não imaginavam é que eles contariam também com a ajuda do Falcão e da Minhoca, que cansados de ser explorados pelo Galo, resolveram se unir a Gata e seus companheiros.

O Galo e a Galinha, acreditando que seriam os únicos dispostos a governar a floresta, já estavam quase se coroando rei e rainha absolutos, quando o Papagaio e os animais aparecem e requerem a coroa e o governo. Num embate embalado por músicas e ideais democráticos, o Galo assume as maldades que fez enquanto era regente e vai para a prisão junto com a esposa Galinha.

Com o consentimento de todos, a Gata é escolhida como Rainha da floresta, mas pela coragem do Papagaio, ela oferece a ele a coroa e o reinado, devolvendo a paz e a democracia aos animais.


Esta peça levou mais do que a magia do teatro para as crianças, proporcionou também aos adultos uma reflexão sobre a realidade atual recriada no campo da ficção.

Fotos: Fábio Teberga

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sexta-feira, 20 de julho de 2012

AMOR E RELACIONAMENTO SÃO OS TEMAS DA PEÇA TEATRAL ME & MR. JONES


Por Aldy Coelho
Os opostos que se atraem. Polaridades diferentes que se complementam. Yin e yang. Água e vinho. A complexidade do relacionamento humano em jogo. Assim podemos contar a história de Liz e Jones, personagens do espetáculo teatral Me & Mr. Jones, da Grupo Teatral Superato, que estreou nesta quinta-feira dia 19 de julho, na 10ª. Mostra de Teatro de Taubaté.

Mr. Jones, que na realidade se chama Carlos Eduardo, é um escritor de romances vendidos em banca de jornal que se envolve com a cantora Liz, que na realidade se chama Elis Regina – homenagem feita por sua mãe à cantora – uma jovem que não consegue expressar seus sentimentos. Em um relacionamento conturbado, o casal tenta se entender e conviver com as diferenças entre si.

Após dez anos de convivência, eles ainda tentam encontrar aquilo que os atraiu um no outro. Liz é desbocada, revoltada e egocêntrica. Jones é romântico, inseguro e sensível. Após um jogo de conquistas que termina na cama, algo a mais os fazem querer ficar próximos. Tentam se casar, mas ela não é muito afeita às convenções sociais. Ele só quer ouvir que é amado, mas ela tem dificuldades de assumir este sentimento.


Quando ela resolve desatar seus preconceitos e declarar-se, ele a enfrenta duramente e lhe diz tudo o que pensa. Uma complicada busca de si mesmo para a compreensão do outro.

Como todo relacionamento amoroso de longa duração, mantém-se uma interminável luta pela conquista e tolerância entre o casal, separado por diferentes personalidades e interesses. Uma comédia romântica, recheada de conflitos, dramas e com um final feliz, como toda história de amor deve ser...

Escrita pelo brasiliense Elmo Férrer e encenada pelos atores Tiago Bezerra e Flávia Ramos, o espetáculo lotou as dependências do Teatro Metrópole e é uma das concorrentes à vaga para representar Taubaté no 1º. Festival de Teatro de Taubaté.
                       
                                                                                Fotos: Fábio Teberga

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quinta-feira, 19 de julho de 2012

“MALDIZERES E BENFAZEJOS” ALEGRA ADULTOS E CRIANÇAS NO TEATRO


Por Aldy Coelho
Um conto de fadas com mais de duzentos anos que se mantém atual e continua encantando adultos e crianças. Com uma linguagem simples, lúdica, colorida e didática, o Grupo Flechas - Arte e Educação apresentou nesta quarta-feira no Teatro Metrópole o espetáculo infantil “Maldizeres e Benfazejos”, dentro programação da 10ª. Mostra de Teatro de Taubaté.

Os contadores de histórias Cissa Oliveira e Edu Lourenço levaram para o palco uma contação de histórias em que puderam encenar seus personagens, mas com um toque interessante - os dois se desdobraram em cinco personagens diferentes, se caracterizando em frente ao público formado por adultos e crianças.

Na história, uma madrasta malvada, após a morte do marido, resolve ficar com toda a sua herança deixada para a família - composta por ela, sua filha legítima e a filha de seu marido. Mas, pra que seu plano se conclua, ela pretende dar um fim em sua enteada, que, ao contrário dela, é uma menina de bom coração.

Para isso, ela diz à menina que vá até a floresta colher morangos silvestres para fazer uma torta, e que só volte quando encontrá-los. Porém, não existem esses tipos de morango no inverno. Mesmo sabendo disso, a menina obedece a sua madrasta e vai até a floresta.

Chegando lá, ela encontra um velho - que na verdade é um ser mágico da natureza - que pergunta a razão da menina estar pela floresta sozinha. Ela explica que foi a mando de sua madrasta e oferece a ele o único pão velho que tinha como alimento. Pela bondade da menina, ele resolve ajudá-la a voltar para casa. Com uma mágica, o velho enche sua cesta com morangos silvestres, e também lhe oferece um dom pelos seus benfazejos – sempre que falasse, ao invés de palavras, sairiam ouros e joias.

Quando ela volta para casa, a madrasta se espanta ao encontrá-la com a cesta cheia de morangos. E quando a menina abre a boca para contar o que lhe aconteceu, sai muitas joias de sua boca. Então, a madrasta egoísta resolve fazer uma torta com os morangos e enviar para o velho da floresta através de sua filha legítima. Com isso, ela imaginou que ele daria a sua filha um dom muito mais enriquecedor do que o de sua enteada.

Reclamona e mal-humorada, a filha da madrasta foi para a floresta com a torta. Mas quando chegou lá, não encontro o velho, e sim um senhor faminto que chegava de viagem. Porém, como a menina era malvada como sua mãe, ela não lhe deu a torta e disse que se não encontrasse o velho, ela mesma comeria tudo sozinha.

Mas este senhor era o mesmo velho - o ser mágico da natureza - e como a ela foi muito mal-educada e lhe disse um monte de maldizeres ao invés de ajudá-lo, ele fez o feitiço contrário – a partir daquele momento, sempre que ela abrisse a boca, não sairiam palavras e sim cobras e sapos.

É claro que sua mãe ficou uma fera e colocou toda a culpa na enteada. Mas como ela era muito mais esperta, foi embora com o seu dom, encontrou um príncipe encantado e viveu feliz para sempre.

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quarta-feira, 18 de julho de 2012

CALÍGULA: TEATRO MOSTRA A LOUCURA E O PODER DE UM PERSONAGEM CLÁSSICO

Trilha sonora impactante, cenas de sexo e morte levam público ao delírio no Teatro Metrópole

Por Aldy Coelho
Pode a ganância pelo poder enlouquecer uma pessoa? Pode o ser humano enlouquecer por querer o impossível? São estas as questões abordadas na tragédia “Calígula”, encenada pelo Grupo Teatral Club Silêncio, na noite de terça-feira dia 17 de julho, na 10ª. Mostra de Teatro de Taubaté.

Escrita na época da Segunda Guerra Mundial por Albert Camus, em que ele próprio define como a tragédia da inteligência, traz a história verídica do tirano imperador romano Caio Júlio César Augusto Germânico – Calígula – reinante entre 37 e 41 dC., que tornou-se famoso pela sua personalidade cruel e sádica, onde irrompe dentro de seu próprio exército uma ação conspiradora contra ele devido suas tiranias desmedidas.

Após assassinar sua irmã e amante Drusila, a morte causa neste imperador grande insatisfação pela vida, que o faz querer mais e mais poder para suprir seu sentimento de perda. Então ele resolve transformar Roma da pior maneira possível, fazendo com que suas loucas ações pareçam brincadeira para seu exército e companheiros do reino.
Calígula deseja a liberdade sem fronteiras, o que o faz atravessar o tênue limite entre a sanidade e a loucura, tentando se igualar a Deus e de querer a Lua, símbolo do impossível. Em sua insensatez, humilha seus companheiros de exército, mata o filho e estupra a esposa de seu general, mata o pai de seu melhor amigo, assassina pessoas sem qualquer motivo aparente, expõe a população de Roma a flagelos e amedronta a todos com pressões psicológicas.
Sua loucura enlouquece todos os companheiros, e é neste momento em que se desencadeia dentro do próprio exército uma conspiração para assassiná-lo, liderada pelo seu general Kereia.
Após Calígula mandar matar Lépido, soldado do exército que apesar de todas as injúrias ainda lhe oferece a vida, Kereia põe seu plano em execução, matando primeiramente seu fiel serviçal Helicon.
Na sequência, Calígula ainda mata a esposa Cesonia, única testemunha do assassinato de Drusila, em que a julga como culpada por ter permitido sua morte. No fim, todos se unem para executar Calígula e por fim a sua loucura e o flagelo em que estavam expostos.
Com uma temática muito atual – a ganância pelo poder – o diretor Renato Crozariol optou por uma estética simbolista, fazendo referências ao período nazista, utilizando muito vermelho e signos de poder como a águia que lembra claramente a suástica – símbolo do exército de Adolf Hitler, o ditador louco que inspirou Camus a escrever esta tragédia.

Fotos: Aldy Coelho e Fábio Teberga

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