segunda-feira, 16 de setembro de 2013

ENTREVISTA COM A CIA ELIPSE SOBRE A ESTREIA DO DRAMA CONJUGAL CARTAS NA MESA


O autor e diretor Silvio M. Kanda fala ao “Teatro em Taubaté” sobre seu mais novo espetáculo, que estreia durante a 11ª. Mostra de Teatro, e traz em seu enredo conflitos entre quem divide um mesmo teto, numa relação aparentemente sólida e feliz.

Por Aldy Coelho

Do que se trata o espetáculo?
Sem a pretensão de querer ser certo ou errado, “Cartas na Mesa” coloca uma questão bastante polêmica para o público, para que ele reflita e tire suas próprias conclusões. A história tem como personagens Flávia e Cláudio, um casal que tem uma vida conjugal estável e bem definida. Atormentada por um acontecimento inesperado, Flávia mostra a Cláudio uma realidade que ele nunca imaginou, levando-o a refletir sobre questões que poucos casais têm coragem de discutir: um relacionamento extraconjugal e a possibilidade de se amar a duas pessoas ao mesmo tempo. Daí ficam as questões: E se fosse com você? O que você faria?
Quem são os atores e quais personagens interpretam?
No elenco estão Eduardo Lourenço, ator, músico, folclorista e contador de histórias, atuando a mais de 12 anos, e pela segunda vez com a Cia Elipse, no papel de Cláudio; e Ciça Oliveira, atriz, arte educadora e contadora de história, com mais de 30 anos de teatro e 20 peças em seu currículo, no papel de Flávia. 

Que é o autor e diretor do espetáculo?
O espetáculo foi escrito e dirigido por Silvio M. Kanda, o mesmo diretor de “Não Matarás”, “As Aventuras de Juvenal, o Vassourinha Real” e de “Eu, eu Mesma e o Flávio”.

Quando se passa a história contada?
A história se passa nos dias atuais, pois a maneira como o assunto é discutido seria incabível há alguns anos.

Como foi o processo de montagem e ensaios?
Apesar de a peça ter sido escrita num curtíssimo período de tempo, sua montagem foi muito mais complicada do que o esperado. O maior problema foi a própria formação do elenco. Embora sejam apenas dois atores,
devido às características dos personagens, não caberiam aos papéis atores jovens, além de ser fundamental a própria experiência de vida e de teatro de cada um.
Em verdade, esse espetáculo já deveria ter sido preparado e apresentado há mais tempo, porém, a primeira atriz a ser convidada, após alguns ensaios, por uma contingência pessoal, não pode dar prosseguimento ao trabalho e a peça ficou na gaveta por mais de um ano. Agora, com Ciça Oliveira, assumindo brilhantemente o papel, o espetáculo realmente adquiriu vida.
A peça em si é muito vibrante e com muita energia, os ensaios exigem muito dos atores que a cada dia surpreendem por sua qualidade técnica e de interpretação.      

Há alguma curiosidade com relação ao espetáculo ou ao grupo que o público poderia gostar de saber?
O maior problema dos ensaios são os vizinhos. Há momentos na peça onde os personagens literalmente “discutem”, numa batalha verbal que eleva o tom da conversa. Foi preciso explicar a alguns vizinhos que se tratava de um ensaio de uma peça teatral, pois, caso contrário, creio que acreditariam tratar-se de uma discussão real. E isso chegou a acontecer. Conversando com um deles, ele me disse que escutou a discussão acalorada na vizinhança num dos dias de nossos ensaios, mas, para minha sorte, pensou tratar-se de um culto
evangélico, de uma igreja em nosso quarteirão. Ele só estranhou porque não era dia de culto. 

Em sua opinião, o que vai mais chamar a atenção do público?
A Companhia Elipse de Teatro foi criada em 2009 e seu nome faz referência à figura geométrica homônima, devido ao fato de ter a característica peculiar de possuir dois centros, ou, tecnicamente, dois focos. Assim, sem deixar de dar o devido valor a todos aos elementos que compõe um espetáculo, como iluminação, cenário, figurino e trilha sonora, a Cia Elipse encara seus espetáculos sob dois focos principais: o ator e o texto. Dessa forma, em nosso espetáculo, o que vai chamar a atenção será principalmente esses dois elementos, sendo que os atores e suas interpretações sempre virão à frente, pois um texto sem vida é apenas um papel no fundo de uma gaveta. 

A apresentação será dia 17 de setembro (Terça-feira) às 20 horas  – Local: Teatro Metrópole. Recomendação etária: Acima de 16 anos.
Ingresso: R$ 10,00 (preço único, promocional e popular).


* Foto: Divulgação/Setuc

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