quarta-feira, 19 de setembro de 2012

ESPETÁCULO DE JACAREÍ PROPÕE AO PÚBLICO UMA REFLEXÃO SOBRE A VIDA

“O Halo” convida o espectador a mergulhar em seu universo interior e avaliar o valor que damos à própria vida


O terceiro dia do Festival de Teatro de Taubaté foi marcado pela apresentação intimista do espetáculo “O Halo”, da Cia. na Boca de Jacareí, na noite do dia 17 de setembro.

O segundo grupo a ser avaliado pelo corpo de jurados, trouxe o público para dentro do palco, reduzindo o espaço de apresentação, e fazendo com que as pessoas compartilhassem do mesmo mundo que a personagem.

Halo é uma espécie de círculo de luz. Nesta peça, halo é a esfera cênica onde a personagem Lori, enquanto aguarda a entrada do público, vai construindo uma mandala, com desenhos, escritos e desabafos sobre sua vida. É neste espaço em que ela compartilha com os espectadores as suas angústias e questionamentos sobre a sua existência.

De repente, o telefone toca. Nada acontece. Sozinha e alheia à vida, ela tenta se relacionar com outras pessoas, mas não consegue compreendê-las e se fecha numa cinesfera apática, em que não consegue se comunicar com o mundo à sua volta.

Quando ouve a frase ‘seja você mesma’, dita por uma pessoa qualquer, fica perplexa e desamparada por não encontrar a resposta para decifrar quem é ela própria, pois a vida, para ela, é algo fora do comum. O único sentido que encontra para sua vida é esperar a morte.

Outra vez, o telefone toca. Nada acontece. Em sua angustiante busca no sentido de existir, a personagem vai construindo em sua esfera de encenação, com um giz, o seu mundo. Insegura, Lori tenta romper suas próprias barreiras para conseguir romper o silêncio, uma aflição eterna, uma eternidade findável.

Em sua loucura, ela descobre que a maior necessidade do ser humano é tornar-se humano através do amor, e que de só a existência não é suficiente, pois a vida só tem sentido quando se faz dela um grande acontecimento, uma obra de arte - a única a que resiste à morte. Assim, ela se desprende deste mundo de incógnitas, e passa a vencer a crueldade da vida com a alegria, saindo de seu halo, e tomando a liberdade.

Texto e Fotos: Aldy Coelho 

Confira as notícias do 1º. Festival de Teatro de Taubaté pelo 
Jornal Diário de Taubaté 

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