MUSICAL “BOÊMIOS DE ADONIRAN” CONTAGIA A PLATEIA NO SEGUNDO DIA DO FESTIVAL DE TEATRO

Cia. Interiorando de Teatro canta e encena personagens das músicas de Adoniran Barbosa, o poeta do povo

 

Não poderia ser mais contagiante, colorida e musical a peça de teatro que homenageia o grande compositor e ícone da música popular Adoniran Barbosa, o poeta do povo. “Boêmios de Adoniran” foi o espetáculo que deu início à mostra competitiva do 1º. Festival de Teatro de Taubaté, na noite de domingo, dia 16 de setembro.

          O espetáculo não é uma biografia do músico, porém, há diversos signos que remetem a Adoniran e justifica a homenagem, como o nome do próprio personagem principal da história, João (que é o nome verdadeiro de Adoniran – João Rubinato); os músicos, que ficam em cena todo o tempo, e que estão trajados com uniformes de trabalho referentes às profissões que Adoniran exerceu em vida, além de outros pequenos detalhes em todo o conjunto da obra.

          Toda a história é costurada e entremeada por uma seleção musical cuidadosamente escolhida pela autora, atriz e coreógrafa do espetáculo, Juliana Lucilha, a ponto de colocar em cena as personagens citadas nas músicas e inseri-las em um contexto teatral, um completo trabalho de pesquisa histórica, cênica e musical que é orquestrado por Tiago Henrique, diretor musical, e Milton Machado, diretor do espetáculo.

          Quando João chega à rua onde viveu trinta anos atrás procurando o endereço do amigo de boemia Zeca Bico Doce, reencontra o turco Jacó, que ainda mora no local. Sentado em uma praça, eles relembram em flash back a criação do grupo Boêmios da Maloca, das noitadas no Bar do China, dos namoros, e da bela Iracema, amor de juventude de João.

De uma forma alegre, como se fosse uma verdadeira festa, os atores cantam, dançam e fazem com que o espectador mergulhe em uma viagem no tempo, que resgata em seu cenário, figurinos e trilhas sonoras a cidade de São Paulo da década de 1950, e os clássicos sambas compostos por Adoniran Barbosa, que ainda hoje são cantados por aqueles que nem mesmo viveram esta geração.

Texto e Fotos: Aldy Coelho

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